sábado, 24 de abril de 2010

Licor de Portugal



A produção do licor beirão remonta aos meados do século XIX, e a uma farmácia situada na vila da Lousã. Reza a história que um caixeiro viajante, oriundo do Porto, passando pela vila para a venda de vinho do Porto, se apaixonou pela filha de um farmacêutico local e com ela se casou, lá permanecendo. A farmácia do seu sogro vendia, para além dos produtos medicinais, bebidas alcoólicas preparadas com ingredientes naturais, segundo receitas secretas antigas.

Entretanto, foi publicada uma lei que proibia a atribuição de efeitos medicinais às bebidas alcoólicas. Este acontecimento obrigou o jovem a começar a produção dos licores numa pequena fábrica separada da farmácia.
Foi neste local que foi sendo produzido o licor que viria a ser baptizado como licor beirão, em 1929, em homenagem a um congresso beirão realizado em Castelo Branco.

Em 1940, devido a dificuldades impostas pela segunda guerra mundial, a fábrica e a receita secreta foram vendidas ao jovem José Carranca Redondo, natural da Lousã. A produção do licor passou a estar a cargo da mulher deste. Desde então, o licor beirão tornou-se um dos mais populares em Portugal.

Nos anos 50, foram colocados painéis em diversas curvas perigosas, em estradas portuguesas, publicitando o licor beirão. Acabaram por ser proibidos, mas, de acordo com a imprensa da altura, os desastres diminuíram de facto. Os condutores, com curiosidade pelos cartazes, acabavam por abrandar.

Nos anos 60, o licor beirão foi publicitado na imprensa com a frase "Licor Beirão - O Beirão de quem se gosta". A frase referia-se veladamente a Salazar. Diz-se que este já conhecia o anúncio mesmo antes de ser lançado, mas limitou-se a sorrir perante a audácia.

Em 2007, a marca levou a cabo uma mudança de imagem, modernizando os rótulos das garrafas e produzindo anúncios com a mensagem "a primeira bebida da noite é um licor beirão", protagonizados por Zé Diogo Quintela vestido de forcado.

O Licor Beirão é a história típica que a sorte a vontade de fazer, vence. Quem, é que pensava que um licor criado numa farmácia na Lousã, se torna-se uma marca nacional? Ninguém!? Já se esqueceram que a Coca-cola teve um ínicio parecido...


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3 comentários:

Teófilo Silva disse...

Gostei desta postagem em particular,
porque conheci Carranda Redondo e bebi Licor Beirão pela primeira vez na sua própria casa.
Apesar disso, fiquei a saber alguns permenores sobre a história deste famoso licor que desconhecia totalmente.

Anónimo disse...

O que eu gosto mesmo, é de um bom Caipirão.

Mac Adame disse...

Ora aqui está um licor de que gosto. Com tanto proibicionismo, espero que não chegue o dia em que também proíbam o próprio licor por uma razão estapafúrdia qualquer.