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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Que Parva eu Sou - Deolinda
Letra da canção "Parva Que Sou"
Sou da geração sem remuneração
E não me incomoda esta condição
Que parva que eu sou
Porque isto está mal e vai continuar
Já é uma sorte eu poder estagiar
Que parva que eu sou
E fico a pensar
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar
Sou da geração "casinha dos pais"
Se já tenho tudo, pra quê querer mais? Que parva que eu sou
Filhos, maridos, estou sempre a adiar
E ainda me falta o carro pagar
Que parva que eu sou
E fico a pensar
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar
Sou da geração "vou queixar-me pra quê?"
Há alguém bem pior do que eu na TV
Que parva que eu sou
Sou da geração "eu já não posso mais!"
Que esta situação dura há tempo de mais
E parva não sou
E fico a pensar,
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar
Um verdadeiro Hino...
Separadas por 48 anos. Os Deolinda cantam uma "geração adiada" e José Afonso uma abafada. O pai de "Grândola, Vila Morena" usava metáforas para fugir à PIDE, os Deolinda falam sem recursos estilísticos e mesmo assim não esperavam a reacção do público. Trocaram-se os punhos no ar pelos telemóveis em riste.
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4 comentários:
No mundo actual, todos (a maioria, porque as minorias são os carrascos) somos escravos quer sejam letrados ou analfabetos.
Enquanto alerta para o hino, eu alerto para a obra, tem aqui a prova
Palavras que desassossegam
Infelizmente a letra é uma constatação bem real...
Para reflectir"Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar" G. abraço
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