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quarta-feira, 14 de setembro de 2011
Mas, não havia crise
Ainda não tenho 40 anos, mas desde que me conheço como gente que se ouve falar da crise. Por alto lembro-me de 3 ou 4 grandes crises financeiras desde que nasci. Ora, aqui está um problema que não existia durante o “tempo da outra senhora”…
A fome era geral, mas não havia crise…
não existiam lojas dos chineses, nem hipermercados, também não eram precisos, o consumo era de subsistência e pouco mais, mas não havia crise...
cerca de 70% da população tinha apenas duas mudas de roupa, um par de sapatos e os cachopos andavam descalços, mas não havia crise...
sem sindicatos ou alguém que defende-se os trabalhadores, o patronato pagava o que queria, mas não havia crise…
ter automóvel era uma utopia para a maioria, assim como habitar em casa própria, mas não havia crise…
Alguém me explica, como é que esta sociedade de consumo desenfreado e que apenas olha para o umbigo, ainda tem a lata de falar em crise!?
Nos dias de hoje, a maioria das famílias tem um ou mais automóveis, outros tantos ou mais, vivem em casas que têm a ilusão que são deles, mas que estão a pagar ao banco.
Hoje mais do que nunca, comem como se o mundo acaba-se amanhã e compram bens de consumo como se fosse pão para a boca.
Onde está a crise!? Muitos deviam passar a fome que os seus avós passaram, andar descalços como os pais andaram e ter apenas um par de calças/saia para vestir. Não havia crise, havia pobreza. Nos dias de hoje a pobreza nacional é a do espírito.
Os que vemos na Televisão a falar de dita crise, são os que menos sofrem com ela, para eles a crise está, em não poder comprar um BMW acima do vizinho, em não poder comprar um LED mais caro que o do primo, ou simplesmente ter os filhos numa escola pública como o comum dos mortais. Esta gente não sabe o que é crise. Quem verdadeiramente sofre com ela tem vergonha de o admitir…
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4 comentários:
Não se pode comparar o tempo do Estado Novo aos dias de hoje. Mas concordo, a crise não é para todos e geralmente quem mais sofre com ela tem medo e vergonha de falar. A fome essa, agora é encoberta...
Estou de acordo contigo quando dizes que há pobreza de espírito para alguns e verdadeira pobreza verdadeira para os mais desfavorecidos.
Bjs
Estou plenamente de acordo com tudo o que aqui está escrito. Realmente há muita gente a quem este provérbio lhes assenta que nem uma luva: DE CONTENTE LHE CAI O DENTE.
Mas já que o amigo polittikus falou no “tempo da outra senhora”, lembrei-me daquela frase que parece ter ficado, como de praga se tratasse: "ACABOU-SE O TEMPO DAS VACAS GORDAS"!
Um abraço.
Sublinho o que a Fê já sublinhou: Nos dias de hoje a pobreza nacional é a do espírito...
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