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Desde 2004 que as Festas do Povo - que remontam ao século XIX e não têm qualquer caráter religioso - não se realizavam. Afinal, elas exigem não só um grande investimento (o orçamento, diz-nos Rosinha, deve rondar 1 milhão de euros) como um enorme envolvimento de todos - ou seja, as festas só se realizam se o povo quiser. E o povo quis.
Por isso, nestes dias, semanas e meses, sobretudo à noite, são muitas as mãos, de todas as idades, de todos os estratos sociais, a confecionarem pequenas flores de papel, dos mais variados feitios e cores. Um dos grandes estímulos a esse trabalho moroso é a rivalidade que inevitavelmente se cria entre ruas. Cada rua da cidade inscreve-se para as Festas (este ano 104 "ruas e troços" já estão inscritos) e elege um "cabeça de rua" que comunica à Associação as cores, e o material pretendido, tentando fazer o máximo segredo disso em relação aos vizinhos de outras ruas.
"São vinte toneladas de papel, mais três toneladas de outros materiais". Entre 27 de agosto e 4 de setembro espera-se, na pequena vila raiana de Campo Maior (com cerca de 9 mil habitantes), mais de um milhão de visitantes.
1 comentário:
Adorei as festas e o espírito que se vive por lá ...rivalidade, sim mas saudável!! Em conversa com uma 'moradora' ouvi isto que achei maravilhoso... "prémio?? Não, não há, todas as ruas o mereciam!!! Leitora assídua, obrigada.
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