terça-feira, 20 de abril de 2010

Laranjina C - Nostalgia VII

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A história da Larangina C, remonta a 1926, ano da fundação da empresa Francisco Alves e Filhos, na Venda do Pinheiro. Ano em que o empresário Francisco Alves começou a produzir pirolitos, para além de outros refrigerantes.

As garrafas da empresa ostentavam a forma da mole granítica de Mafra e a designação de Convento, mas apesar da fama conquistada, só ocasionalmente, a distribuição das bebidas ultrapassava os limites do concelho de Mafra. Com o final da 2ª Guerra Mundial, a empresa dá o grande passo e lança no mercado a Laranjina C, com a sua garrafa original e distribuição a nível nacional.

A marca Larangina C, teve um período de ouro, com publicidade constante na televisão, um grande prémio de ciclismo, e chegou a patrocionar a equipa de ciclismo do Sporting.

No ano de 1970, através de um acordo com a multinacional Gesfor, é introduzida em Portugal a marca TriNaranjus, um produto natural, SEM BORBULHAS e com verdadeiro sumo de fruta. Nesta altura, a família Alves vê-se forçada a optar por uma das marcas produzidas.

Em 1990, a empresa da família Alves, foi adquirida pelo grupo Cadbury-Schweppes Portugal, SA.

Ainda me lembro deste sumo maravilhoso e da sua garrafa com forma de laranja...

segunda-feira, 19 de abril de 2010

GALP energia

Até ao final dos anos 30, Portugal era abastecido de produtos petrolíferos por várias empresas estrangeiras como a Shell, a Vaccum (que se viria a tornar a Vacuum-Socony) e a Atlantic.

Em 1933, foi constituída a Sociedade Nacional de Petróleos (ou SONAP), a qual era detida por investidores estrangeiros (60%) e o Estado português (40%), mas que em nada mudou o panorama português do mercado de combustíveis.
A necessidade de refinar localmente o petróleo, cria condições para posteriormente ser criada a Sociedade Anónima de Combustíveis e Óleos Refinados (ou SACOR) em 1937.

As origens da Galp Energia estão na Sacor criada a 28 de Julho de 1937, na sequência da Lei dos Petróleos.

A SACOR escolheria Cabo Ruivo, na zona oriental de Lisboa, que era uma zona tradicionalmente industrial, para instalar a sua refinaria, inaugurada a 11 de Novembro de 1947.
300 000 toneladas por ano era o potencial de produção desta refinaria, que esteve em funcionamento durante 47 anos, tendo sido desmantelada para dar lugar à Expo’98, em Lisboa.



Nos anos que se seguiram à guerra assistiu-se um substancial aumento do parque automóvel, a SACOR criou uma rede de postos de abastecimento por todo o país. Muitos destes postos partilhavam o mesmo desenho, e são ainda hoje facilmente identificados pelo arco que abriga as bombas.

No pós-25 de Abril, estas empresas, mais a Gás de Lisboa (que era independente) foram nacionalizadas, tendo os seus negócios ultramarinos sido entregues às ex-províncias ultramarinas, e com o restante sido criado a Petrogal (petróleo) e a Gás de Portugal (gás). Estas viriam a ser transformadas em sociedades anónimas e viria a ser criada uma sociedade de gestão de participações sociais (SGPS), a Galp, que viria a ser privatizada. Em 2005, a Portgás (negócios de gás natural no norte litoral de Portugal) foi vendida à EDP.



A GALP Energia é actualmente uma das maiores empresas Portuguesas e a marca de maior reconhecimento nacional.


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sexta-feira, 16 de abril de 2010

Portugal...



A Quinta do Lago e o quintal de legos
por André Macedo in: Jornal i

Em Portugal, os mais chiques dizem retrete e não sanita, presente e não prenda, saudades à Rita em vez de cumprimentos à esposa. É extraordinário - ou melhor, "estodinário" -, como a linguagem, que serve para fazer pontes e aproximar as pessoas, é usada para construir barreiras e cavar diferenças sociais.

Acontece que as palavras não têm propriedade, estão na boca de quem as quiser dizer. Por isso, embora metade do país se ache chique a valer, na realidade contam-se pelos dedos os portugueses que vivem na Quinta da Marinha e passam férias estendidos na Quinta do Lago.

Portugal não é, afinal, uma paróquia, é uma quinta de aspirações e delírios sociais. Há outros países assim, mas como o nosso é um dos mais pobres entre os mais ricos da OCDE, esta vontade colectiva de passar por quem não somos assenta como uma luva à situação económica do país. Pobres, endividados, quase falidos, caminhamos para o abismo de nariz empinado e a convicção absurda de quem tem uma vivenda - aliás, casa, moradia ou palacete - na Lapa e vive dos rendimentos de um tio que estudou lá fora e exibe um chalet em Courchevel.

Mas que família é essa que nos permite viver acima das nossas possibilidades e reclamar a mesada ou um simpático empréstimo quando a massa escasseia? Quem é esse tio estupendo que, na verdade, não é tio nenhum, mas que insistimos em tratar como se fosse da família e com ele pudéssemos partilhar laços de sangue que nunca nos deixariam ficar de mão estendida? O nome é brasonado: União Europeia.

O problema com esta falsa sensação de pertença a um clube de acesso reservado é que hoje a questão não é apenas de pertencer, é de performance. Não basta fazer fronteira com Espanha e, talvez um dia, estar ligado por TGV a Madrid e a Paris. Não basta exibir alguma patine e o passaporte europeu. É preciso mais. É preciso ter dinheiro. Sem este condimento não há crédito e o país vai morrendo às prestações.

Olhemos para a Grécia. A Grécia sempre serviu de barómetro a Portugal. Quando a víamos pelo retrovisor, inchávamos de orgulho; quando percebemos que já ia à nossa frente percebemos que alguma coisa não estava bem. Hoje a Grécia deixou de ser barómetro: é uma espécie de espelho, embora não reflicta Portugal com exactidão. Na semana passada o governo grego foi aos EUA pedir dinheiro emprestado. Apresentou-se como orgulhoso membro da União Europeia? Sim, mas com um detalhe arrasador: foi negociar o empréstimo com os financiadores que gerem os mercados emergentes - onde o risco é maior e os juros a pagar são muito mais elevados.

Portugal corre o risco de lhe acontecer o mesmo. Podemos achar injusto que nos confundam com os gregos só porque também somos o país de Sócrates, mas isso é irrelevante - aliás, possidónio. Somos o que somos. Não vivemos numa quinta, sobrevivemos a custo num quintal. É uma pena extraordinária. Um verdadeiro horror.



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quinta-feira, 15 de abril de 2010

SUMOL



A história da Sumol remonta a 1950, e a um grupo de amigos decidiu abrir em Algés um negócio de fabrico de gelo, laranjadas e gasosas: a Refrigor, Lda.

É esta empresa que passados quatro anos, após a entrada de um novo sócio, António João Eusébio, apresenta pela primeira vez o refrigerante Sumol ao público. No café Caravela d’Ouro, em Algés, no ano de 1954, o Sumol surge como “uma nova especialidade de sumo de frutas”.
Uma nova “especialidade” que não se ficava só pelo sabor, já que o Sumol acabou por nesse mesmo ano marcar presença no mercado como a primeira bebida de sumo de fruta pasteurizada em Portugal. Daí que a assinatura “sem corantes nem conservantes” tenha sido ao longo de muitos anos uma das grandes bandeiras da marca.

Na verdade, o historial de marca surge em muitos pontos associado à inovação. Foi também a Sumol quem primeiro partiu para a utilização de garrafas verdes, pela protecção acrescida que oferecia às propriedades da bebida.
Mas se por um lado é a inovação um dos elementos caracterizadores da marca, também é certo afirmar que terá sido uma forte estratégia de proximidade com o consumidor que vincou desde logo a Sumol no mercado. Antes da existência da televisão, altura em que a comunicação era propaganda – cartazes, toldos, letreiros nos locais de venda –, a Sumol apostou na presença em cafés e restaurantes de Norte a Sul do país, com os slogans “Beba Sumol” e “Especialidade de Sumos de Frutas”.

A primeira campanha televisiva da Sumol surge em 1965 e recorre a uma animação – na altura ainda a preto e branco – com um gato e um cão.
O ano de 1991 marcou a primeira mudança de imagem da marca Sumol. Do antigo rótulo de fundo branco a marca passa para o rótulo de fundo verde às riscas, começando a deixar para trás as garrafas pirogravadas. Foi esta a primeira fase daquilo que a marca chama de “rejuvenescimento da imagem”.

Já em 1997, numa segunda fase de “rejuvenescimento”, as riscas passam a “manchas” no fundo do rótulo, mantendo a tonalidade de verdes como parte da identidade Sumol. É também nesta fase que o logótipo abandona a orientação horizontal e passa a ter leitura vertical. Mas as alterações na Sumol não se ficariam por aqui.

Em 2003 surge o ícone da marca, através de uma estilização do símbolo ómega, que passa a estar presente nas cápsulas e gargantilhas das garrafas, com destaque da letra S, enquanto o fundo verde evolui para uma imagem salpicada de gotas de água.

Já mais recentemente, Maio de 2008, a Sumol volta a lançar uma nova imagem. Com um novo “logo” e um novo rótulo a marca adopta um código estético mais actual, apostando num jogo de tonalidades de verde ao mesmo tempo que concede destaque central à fruta. A acompanhar esta nova imagem a Sumol lança a campanha “Junta”, rebuscando a assinatura que tem vindo a utilizar : “Unidos pelo sabor”.
A Sumol é assim, uma prova da qualidade e esforço das marcas portuguesas, que lutam contra as marcas multinacionis do mesmo segmento.
Eu nunca trocaria um Sumol laranja, por uma Fanta...

Sabonete Feno de Portugal - Nostalgia V


Anuncio da década de 70

Este produto, que ainda é vendido nos nossos dias, existe há várias décadas, pelo que pode ser considerado um artigo de tradição e nostalgia. Na sua origem era uma marca pertencente a Unisol, fabricante de produtos de consumo portugueses, como detergentes e lixívias, que por sua vez pertencia ao grupo Quimigal, S.A
Em 1990 a Colgate Palmolive adquiriu à Quimigal, S.A. o grupo Unisol , ficando detentora da marca Feno de Portugal.

O sabonete FENO DE PORTUGAL é daqueles produtos que jamais se esquecem. Neste caso pela particularidade do nome, é certo, mas também pelo bucolismo que foi transmitido nos anos 80 pelo spot publicitário televisivo onde uma jovem mulher loura está na caixa da mercearia para pagar as compras, pega no sabonete Feno de Portugal, e o seu "Aroma da Natureza" fá-la transportar mentalmente para um campo verdejante, onde rodopia sobre si mesma, em roupas leves e claras, os cabelos soltos, o rosto ao sol, um sorriso de inocente felicidade, olhos semi-cerrados a denunciar uma imperceptível volúpia - imagens que tentam compensar ao espectador a necessária ausência do cheiro, sentido central do anúncio.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Brinquedos PEPE



A história da PEPE inicia-se em 1928 quando José Augusto Júnior começa por fabricar brinquedos em folha e madeira. Em 1930 cria uma nova fábrica cabendo-lhe o mérito de ter sido o primeiro a fabricar um brinquedo com corda de fita em Portugal.

Descendendo directamente da antiga oficina de José Augusto Júnior, a Industrial de Quinquilharias de Ermesinde, afirmou-se desde a sua fundação em 1946 e até pouco depois do 25 de Abril de 1974, como a maior produtora industrial de brinquedos em Portugal. Só para terem uma ideia na década de 50 cerca de 80 artífices já fabricavam em serie mais de uma centena de brinquedos.

Em 1955, já sob a marca JATO, inicia-se o fabrico de brinquedos em plástico e folha em novas instalações. Nos anos 70, já sob a direcção dos filhos de José Augusto Júnior, a marca passa a denominar-se PEPE (Penela e Penela). Em 1977 a PEPE passa a dedicar-se exclusivamente ao plástico.

As actuais normas de segurança impediram que estes brinquedos continuassem a ser comercializados, tendo a sua produção sido descontinuada, sendo hoje objectos de colecção.
As colecções destes carros, estão representadas no Museu do Brinquedo, mas ainda se vendem em feiras e mercados...

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Sabão Clarim - Nostalgia IV



Quem não se lembra deste sabão, tão ou mais conhecido do que o sabão azul e branco e melhor do que muitos sabonetes franceses.
Sabão Clarim. Um verdadeiro sabão natural, amigo do ambiente, feito com ingredientes naturais e biodegradáveis.
Eficaz contra a sujidade mas simultaneamente suave e delicado com os tecidos. Um essencial da lavagem à mão. Com provas dadas, a cuidar da roupa e dos portugueses desde 1956.

domingo, 11 de abril de 2010

SANJO



É preciso ter mais de 30 para recordar os ténis Sanjo que marcaram uma geração. Na altura, (década de 70) não haviam marcas internacionais concorrentes, apenas ténis descaracterizados de diversos modelos. Só muito mais tarde, começaram a aparecer no mercado marcas como a Le Cock Sportif, também eles cobiçados por todos os "Putos".
A Sanjo agora é uma marca, que tem sapatilhas de lona e outros segmentos de calçado. Em força voltaram as sapatilhas redondas, com os tornozelos altos, biqueira em borracha e ilhós pretos e vermelhos

A patente das sapatilhas de lona Sanjo foi comprada há cerca de dez anos pelo administrador da Fersado, Paulo Fernandes, em hasta pública. Há cerca de um ano e meio aquela empresa do Prior Velho começou a fabricar as sapatilhas, modelo K100, que antigamente eram usadas para jogar futebol de salão. O administrador da Fersado explicou que “como estão na moda os ténis de lona, há uma tendência para consumir”, e daí a reintrodução no mercado.
É difícil estabelecer” a data de criação do modelo de sapatilhas de lona Sanjo, inicialmente produzidas na fábrica onde agora é o Museu da Chapelaria. Actualmente, a marca Sanjo é produzida em Portugal, no que toca às peles, no Brasil o calçado infantil e no Extremo Oriente e Índia as sapatilhas de lona.
A Sanjo terá nascido da secção de borracha vulcanizada da Empresa Industrial de Chapelaria, na década de 40. Nessa altura havia apenas dois modelos, um branco de sola fina para ginástica de solo e o carismático K100. A bota de lona com protecção lateral para os tornozelos tornou-se famosa e imagem de marca das equipas de basquetebol da Associação Desportiva Sanjoanense.
O declínio da Sanjo iniciou-se na década de 80 com a perda de exportação, que representava 40 por cento da produção e o aparecimento no mercado nacional de marcas como a Nike e a Reebok. Em 1990 a Sanjo entra em crise e muitos funcionários abandonam os seus postos de trabalho. Em 1997, a marca surge de novo no mercado, com sapatilhas de lona produzidas no estrangeiro.
Estando na moda os sapatos de lona, prevê-se um bom futuro, para esta marca portuguesa do século passado, é pena que tenham começado a produzir em países com a Índia e o Paquistão…


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sábado, 10 de abril de 2010

Regina - Sombrinhas de Chocolate



As Sombrinhas de Chocolate Regina simbolizam a infância para muitos portugueses. Com o formato original de um chapéu de chuva, moldadas em chocolate de leite, guardam ainda um pauzinho de plástico colorido. Quem nunca as provou?

A célebre Regina é uma marca histórica portuguesa, detida desde 2002 pela Imperial, que decidiu desde então reeditar alguns dos seus produtos mais característicos e populares - como as inesquecíveis sombrinhas.

A Imperial, empresa de chocolates do grupo RAR com fábrica em Vila do Conde, é o maior fabricante português da actualidade, e também a única empresa do sector a marcar posição nos mercados internacionais. Detentora de várias marcas de chocolates tem a marca Regina um dos seus principais trunfos. A marca gera actualmente cerca de metade do negócio global do grupo. A Imperial comprou a Regina, que entrou em falência em 1996, e relançou a marca na Páscoa de 2002.