Aventuras e reflexões sobre produtos, marcas e pessoas, novas e antigas em Portugal...
sábado, 24 de dezembro de 2011
Guia Michelin 2012
O restaurante “Ocean”, do Vila Vita Parc, Lagoa, recebeu a sua segunda estrela Michelin no Guia de 2012, juntando-se ao restaurante do Vila Joya, que manteve as duas estrelas Michelin, graças ao trabalho do carismático chef Dieter Koschina, que desde 1999 mantém a distinção. No total foram 12 os restaurantes distinguidos.
Entre as novidades, está o restaurante do The Yeatman, Gaia, e o Feitoria, do Altis Belém, que este ano conquistam uma estrela.
Os restaurantes Tavares (Lisboa) , Willie's (Quarteira), São Gabriel e Henrique Leis (Almancil), Il Gallo d'Oro (Funchal), Arcadas da Capela (Coimbra), Casa da Calçada (Amarante) e Fortaleza do Guincho (Cascais), são os restaurantes que mantiveram a sua estrela, tal como o Vila Joya, que manteve as duas, noticia a imprensa portuguesa.
Por outro lado, o restaurante Amadeus, Almancil, perdeu a sua estrela na edição de 2012 do Guia Michelin Espanha e Portugal, uma notícia que já se esperava, pois o restaurante acabou por sucumbir às divergências internas que levaram ao seu encerramento.
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
Revista americana elege Açores como um dos dez destinos para 2012
A escolha dos Açores, feita na perspectiva de um turista norte-americano, destaca a existência de pacotes de viagens atractivos com ligações aéreas a partir de Boston e as ligações existentes entre as ilhas do arquipélago.
Na sua edição em linha, a "Budget Travel" salienta, entre outras características dos Açores, as temperaturas amenas todo o ano, apontando os meses de Outubro a Maio como o melhor período para os turistas de natureza se deslocarem ao arquipélago.
Na lista de destinos mais económicos para o próximo ano, além dos Açores, a revista aponta, entre outros, também o Egipto, a faixa atlântica do Canadá, o Belize e a Polónia.
A distinção atribuída pela "Budget Travel" é a mais recente recebida pelos Açores desde o início do ano, depois de terem sido considerados como um dos oito "Exotic Warm-Weather Destinations to Try" pela cadeia de televisão norte-americana CBS, um dos 10 "Best Trips of Summer" pela "National Geographic Traveller Magazine" e um dos cinco "Volcanic Vacations" pelo "World Travel Guide".
A Aldeia da Cuada, nas Flores, foi considerada um dos "World's Most Romantic Hotels" pela revista "Travel and Leisure", que também classificou a ilha do Pico como uma das "Best Secret Islands on Earth".
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
O Bairro Alto antes dos copos
Desde o século XVII que elas paravam no Bairro Alto, sobretudo nas Ruas da Rosa, do Norte, das Gáveas e do Século. Em finais do século XIX, de acordo com o sociólogo José Machado Pais, no livro A Prostituição e a Lisboa Boémia do Século XIX e Início do Século XX, estratificavam-se em três níveis: as cocottes finas, como a célebre Fernanda do Vale, cobravam 1.000 a 2.250 réis; as médias provocavam homens nas ruas e janelas ao preço de 240 a 1.000 réis; as baixas viviam em pisos térreos e aguardavam pelos operários e marinheiros numa meia porta de madeira, e cobravam 40 a 240 réis.
Na década de 60, com a proibição de casas de passe, passaram a instalar-se nas 70 hospedarias da zona. Em 1985, passaram para a Travessa da Queimada.
Belino Costa, jornalista de A Capital no tempo em que a redacção era no Bairro Alto, estava farto de ver colegas morrerem de enfarte.
Os repórteres que trabalhavam no bairro levavam vidas de excesso, com álcool e tabaco. Um dia, falaram-lhe num espaço para arrendar, uma carvoaria no número 111 da Rua da Barroca. “A dona, que tinha galinhas na rua, punha-as no forno para aquecerem”, recorda.
O forno da pastelaria Belinha, na Rua da Atalaia, no Bairro Alto, deitava tanto calor para as três assoalhadas por cima que os moradores (Jaime, Maria de Fátima e o filho, Caló) tinham de tirar os sapatos para as solas não derreterem. Ao lado, a padaria de São Roque estava já a passar por dificuldades. Colada à padaria, a Tasca do Manel tinha uma mascote invulgar, a gaivota Rita, que afugentava cães e gatos. Os três estabelecimentos chamaram a atenção de Carlos Fonseca e Manuel Reis.
Em 1980, os dois pagaram aos proprietários uma indemnização para saírem – e iniciavam-se os anos da moda no Bairro Alto. A 15 de Junho de 1982 nasceu o Frágil, que revolucionou o local: a fábrica de bolos foi convertida em bar, mantendo os azulejos originais; a padaria serviu para a entrada e para as casas de banho; e a pista de dança ficou na tasca.
“As pessoas faziam fila”, recorda Margarida Martins, porteira do Frágil entre 1983 a 1991, a seguir à produtora de cinema Minda e que chegou a fazer dupla com a cantora Anamar. Era “a Guida Gorda do Frágil”, conhecida pelo zelo com que filtrava as entradas. Numa festa de Carnaval, foi feito um boneco igual a ela, vestido com uma saia enorme por baixo da qual todos tiveram de passar para entrar. Lá dentro bebia-se whisky, vodka laranja, rum cola, gin tónico e cerveja. O guitarrista Carlos Paredes aparecia logo depois de jantar, para beber um sumo de laranja e conversar sobre política nos bancos à entrada.
A transição de tasca de traficantes e prostitutas para bar de elites não foi fácil. “Andei seis ou sete meses à porrada e pus dois seguranças em cada esquina para evitar que essa gente entrasse”, recorda Prima Martinez, que gere o espaço com a irmã Conchita, desde a morte do pai, em 1986.
Em dois meses, o ambiente mudou, com a presença dos Rádio Macau, Jorge Palma e Madredeus, da actriz Alexandra Lencastre, dos estilistas Ana Salazar e Valentim Quaresma e da pintora Ana Vidigal.
O Arroz Doce, que também começava a ficar cheio de “betos”, tinha sido uma casa de prostituição, gerida pela Tia Alice, “uma mulher muito maternal, que tratava toda a gente por meus meninos”, segundo Belino Costa. Ficou famoso pelos shots, alguns com nome impublicável.
O Artis, que abriu na Rua do Diário de Notícias a 13 de Junho de 1983, de propósito para coincidir com o dia e mês de nascimento de Fernando Pessoa, tornou-se outro pólo de intelectuais. O dono, Mário Pilar, começou a coleccionar livros sobre a história do Bairro e descobriu que o escritor francês Júlio Verne passara por lá em Maio de 1884. Verne chegou de coche à Rua da Atalaia, 36, onde hoje fica a loja de Fátima Lopes.
Muitos dos cinco mil moradores do bairro nunca lá entraram. E alguns continuam a preferir manter-se afastados das discotecas e bares, que são agora 91, de acordo com a Associação de Comerciantes do Bairro Alto. São fiéis às tascas e casas de fados que deram vida ao bairro fundado oficialmente em 1513.
A 15 de Dezembro desse ano foi decretada a urbanização das herdades, com o nome de Vila Nova de Andrade. A Rua do Norte, onde vive Mário Correia, de 77 anos, foi das primeiras a serem construídas, tal como a Rua das Gáveas. “Nasci no Bairro, saí em 1961 e depois voltei”, conta.
Sim, eu ainda sou do tempo em que 500§00 deva para apanhar um pifo no Bairro e ainda sobrava para apanhar o táxi em direcção a casa...
in: Sábado
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Lisboa: Rua Portas de Santo Antão
Esta é uma rua onde se cruzam multidões: multidões de espetadores que enchem a sala do Politeama, do Coliseu dos Recreios e do vizinho Teatro Nacional D. Maria II, em dias de espetáculo; multidões de turistas que passam vagarosamente à procura da famosa ginjinha e da beleza inesperada da Casa do Alentejo; e multidões de imigrantes que se concentram nas imediações à espera de melhores dias. Mas aqui também se aglomeram lojas, e muitos, muitos restaurantes.
Mesmo no centro da cidade, entre a Avenida da Liberdade, os Restauradores e o Rossio.
2 - A Contadeira
No piso térreo do Palácio da Independência existem três espaços comerciais, mas foram as malas feitas com vinil, os espelhos ornamentados com pasta de papel e os leques em tecido da loja de Maria José dos Santos que nos conquistaram a atenção. T. 91 706 1032. Seg-Sáb 10h-19h
7 - Ginja sem rival
A casa fundada por João Manuel Lourenço Cima, em 1870 (data aproximada), continua a servir a ginjinha e o eduardino (licor feito à base de infusão de plantas) sem alterações ou modernices. Das 7h-24h
23-25 Gambrinus
No cardápio, logo à entrada, fica a saber-se o que se pode almoçar ou jantar nesse dia. Quando lá fomos, as especialidades passavam pelo caviar do Irão, beluga, foie gras du maître, concha recheada com marisco e alheira de Mirandela. Este ano comemoram os 75 anos de vida. T. 213421466. Seg-Dom 12h-1h30
26-28 A. Da Costa, Lda.
Artigos Militares Bandeiras, estandartes, guiões, condecorações, fardas e distintivos são vendidos a quem tiver identificação militar. T. 21 342 6970. Seg-Sex 9h-13h, 15h-19h
57 Frutaria Bristol
É impossível não parar uns minutos à frente da frutaria do simpático Alípio Ramos, 65 anos. Para lá do aspeto apetitoso das maçãs, laranjas, peras, castanhas, clementinas, repare nos grandes cachos de uvas que servem de ornamentação da montra. T. 21 342 4637. Seg-Sáb 9h-19h
58 Casa do Alentejo
Prepare-se para descobrir interiores deslumbrantes, desde o Pátio Árabe aos grandes salões de festa. Pode ainda marcar reserva no restaurante que aposta na gastronomia alentejana. T. 21 340 5140
99 Aromas de Lisboa
Só vendem produtos nacionais. Mas têm a marca José Gourmet que nos fazem encher o saco (com as embalagens das conservas, o azeite e as compotas). Não ficamos, também, indiferentes aos coloridos e originais exemplares de galos de Barcelos. T. 21 342 6609. Seg-Dom 10h-19h
96 Coliseu dos Recreios
Um dos principais polos culturais da cidade, inaugurado em 1890, por onde já passaram grandes espetáculos e artistas, prepara-se para receber os Guano Apes (29 Out), Trovante (31 Out), Machine Head (17 Nov), Aurea (18 Nov), GNR 30 Anos (19 Nov), entre muitos outros.
109 Politeama
A "casa" do encenador Filipe La Feria, assim como os seus espetáculos, com sessões (quase sempre) esgotadas, dispensam apresentação. Por isso, vamos ao que interessa: em cena A Flor do Cato, de Pierre Barillet e Jean-Pierre Grédy; em breve, o público infantil pode assistir à peça Pinóquio.
110 Ateneu Comercial de Lisboa
Trata-se de uma instituição fundada em 1880, por um grupo de trabalhadores do comércio. Atualmente alberga um ginásio, com piscina, onde se podem praticar várias modalidades e tipos de dança, a Universidade Sénior e a Escola Superior de Medicina Tradicional Chinesa.
domingo, 11 de dezembro de 2011
Bombocas - Nostalgia LVI
Bombocas. Quem não se lembra deste spot publicitário, que a par com o das Fantasias de Natal nos entrava pela casa dentro na época do Natal...
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sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
Lisboa em destaque no "The Guardian"
"When asked to think of the world's great shopping cities, few people would automatically suggest Lisbon. London, New York, Paris, yes. Marrakech even. But Lisbon?"
"I had already been told that I would love A Vida Portuguesa (Rua Anchieta 11, avidaportuguesa.com). Its walls are lined with soaps, oils, toothpastes, petroleum jelly in retro boxes and store cupboard staples such as Zelly's flour. Run by Portuguese journalist Catarina Portas, this shop is lovely. I walked out with armfuls of Zelly products, as well as a sardine grill for the barbecue, a stunning, iridescent ceramic sardine, tins of sardines, a stove-top toast maker, bright orange and red melamine plates and piles of Couto toothpaste and petroleum jelly in bright orange and black boxes."
Audrey Gillan, The Guardian
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terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Quem não se lembra das Fantasias, das Pintarolas, do Jubileu ou cozinhou com Pantagruel?
A história da Imperial começa em 1932, em Vila do Conde, e muda-se para muito perto, em Azurara, em 1968. Era apenas uma empresa regional quando, cinco anos mais tarde, foi descoberta pelo grupo RAR. "O dono do grupo RAR, João Macedo Silva, tinha uma grande visão empresarial e estava numa fase de diversificação de negócios. Considerou que a Imperial tinha um grande potencial", conta ao DN a mulher que dá a cara pela empresa, Manuela Tavares de Sousa.
Na sala de reuniões onde os produtos da Imperial estão expostos, lado a lado, sobre um aparador, Manuela conta como, numa década, a Imperial ficou a ser conhecida em todo o País. "A empresa fez um investimento ao nível de equipamentos de produção, decidiu uma estratégia de marketing e começou a lançar marcas emblemáticas, como as Bom-Bokas, as Fantasias de Natal, Pintarolas, Pantagruel e Allegro". Quem não se lembra dos anúncios das Bom-Bokas e das Fantasias de Natal?
Para comemorar os 50 anos da Imperial, em 1982, a empresa lançou a marca Jubileu, que rapidamente passou a líder do mercado. "Em 1984, uma em cada duas tabletes de chocolate vendidas eram Jubileu. Tínhamos 50% da quota do mercado." Enquanto a Imperial crescia, em Lisboa os chocolates Regina atingiam o seu apogeu para acabarem por recuar nas vendas com a entrada de Portugal na então Comunidade Económica Europeia. A presença de multinacionais no País e a concorrência cada vez mais feroz derrubou os chocolates Regina.
"Em 2000, a Imperial adquiriu a Regina e fez um estudo de mercado. Concluiu que a marca tinha uma notoriedade superior a 90%." Dois anos bastaram para a relançar no mercado, à marca e a todos os seus produtos históricos, como o chocolate com sabores a frutos tão variados como a laranja.
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domingo, 4 de dezembro de 2011
Cortejo Histórico de Lisboa (1947)
O Cortejo Histórico de Lisboa em 1947 (CML) from Goncalo Ramos Ferreira on Vimeo.
Cortejo comemorativo do VIII Centenário da Tomada de Lisboa (1947). Foi uma das primeiras filmagens a cores em Portugal, sendo produzido pela Câmara Municipal de Lisboa (CML).
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
A ajuda das marcas antigas a outra mais antiga, Portugal
O desenvolvimento de marcas nacionais é um elemento determinante para acrescentar valor à produção nacional. É que a marca é sempre um elemento central de uma bem sucedida estratégia de crescimento alicerçada numa presença sustentável nos mercados nacionais ou internacionais
Identificadas as áreas em que Portugal pode contar, por via da exportação, na recuperação económica, importa também apostar na afirmação das suas marcas. Segundo a análise da Espírito Santo Research Sectorial, as marcas são um património de primeira relevância para as empresas através das quais o consumidor percepciona um conjunto de referências positivas dentro e fora de portas. E através do qual também o País pode ser alavancado em termos de competitividade e sustentabilidade.
Mas, tal como as empresas nacionais, as marcas portuguesas que conseguem ter projecção fora de portas batendo-se com as internacionais ainda são muito poucas. Isto, apesar de um número crescente de empresas e empresários terem uma maior consciência da importância da construção de uma marca de forma sustentada através de um "continuado processo inovador".
Esta máxima é válida também para o mercado interno, onde cada vez mais portugueses têm consciência e atenção ao valor das suas marcas. A situação difícil do País gerou a ideia de que para ajudar à sua recuperação há que comprar e consumir produtos nacionais, pondo as empresas portuguesas a produzir e a vender. A ideia ganhou mais força com acções como "Compro o que é nosso".
Em seis anos, são já 814 as empresas aderentes ao programa (45% do sector alimentar), representando 2500 marcas e um volume de negócios agregado superior a 14,5 mil milhões de euros. É objectivo da AEP atingir as 1000 empresas e 3000 marcas em 2012.
Não será difícil uma vez que os portugueses valorizam cada vez mais as suas marcas carregadas de atributos como a qualidade, imagem, garantia, confiança, responsabilidade, continuidade e preço. Mas também antiguidade, que pode parecer um aspecto negativo mas não é - é sinal de resistência... E, nos dias que correm, são características que importam, e muito. É o caso do vinho do Porto Fonseca, perfumes Ach Brito, conservas Bom Petisco, Licor Beirão, panelas Silampos, Renova, vinhos Ferreirinha e Mateus, farinha Branca de Neve, lápis Viarco, leite Lactogal, farmacêutica Bial, Compal, pasta medicinal Couto, entre muitas outras marcas, algumas com mais de 50 anos ou lá perto...
in: DN
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