O aperto em que os portugueses vivem este momento, faz-me lembrar os tempos da outra senhora, em que os miúdos corriam descalços, o trabalho quase de escravo, era sagrado, Fátima encobria as asneiras da governação e a fome reinava num país de analfabetos.
Não quero voltar ao passado...
10 comentários:
A mim me parece é que o futuro imediato vai ser MUITO PIOR que o período da Velha Senhora.
Fome? Alguém te vai dizer, que uma sardinha era para 4 pessoas, mas não havia fome. Havia era uma forma diferente de ver a alimentação. Até uma lata de atum era aberta em dias de festa, nesse Portugal rural e interior. Um prato de sopa era para o dia todo, mas não havia fome.
mas isso vivemos nós, tal e qual! Os miúdos não correm descalços mas trajam em má qualidade perecível, o trabalho é caracterizado pelo capitalismo selvagem, Fátima é para onde corremos para cobrir desespero da nossa inconsciente desgovernação e a fome é encoberta pelo consumo de bens de baixa qualidade sinónimos de falso bem estar. Nunca fomos tão desgraçados como hoje!
Nem eu quero voltar ao passado... mas isto, está mais que visto que vai chegar ao mesmo ponto de miséria mas, no mínimo, não quero perder a liberdade de poder piar ;)
Bjos
Só falta dizer pollitikus, que também tinhamos o fado para alegrar a alma.É uma realidade que começa a preocupar.Ao ponto que a evolução, não passa de um retrocesso, chegou. Gr. abraço e Bom Domingo.
Evluimos,
Dos 3 Fs passámos a 4
- Fado
- Futebol
- Fátima
- Face book
Qual deles o mais alienante?
Venha de lá esse outro ou este governante...
Sosseguem... Eu não vou deixar!
Boa?
AVISO - Ontem não houve e parte de hoje não haverá blogue no “CA”. As minhas “instalações” estão tomadas por uma exposição privilegiando a arte… Se quiser apareça, a entrada tem o preço de um clique
Actualmente a fome está mascarada de cartões de crédito e o trabalho de subsídio de desemprego.
Até Fátima já não é a mesma.
O futuro? Qual futuro?
Beijinhos desanimados
e bem me parece ainda não saímos dessa trilogia, andamos é distraídos...
Há diferenças notórias: Então a mulher trabalhava diligente em casa porque poucas eram as fábricas: Hoje as mulheres estão novamente em casa, desempregadas, porque as fábricas já foram muitas mas já não são tantas;
Então o homem regressava a casa de enxada ao ombro, do trabalho árduo do campo, com suor, calos nas mãos e bolsos vazios: Hoje regressa a casa com o cheque do rendimento mínimo, da fila do Centro de Emprego ou da Segurança Social ou na melhor das hipóteses regressa do emprego, quem o tem, com ordenados em atraso (pessoalmente vou em 5) e sem saber como há-de dar a volta à sua vida face aos encargos da casa, da prestação à banca e dos filhos na escola. É claro que, hoje como então, existem os ricos e os muitos ricos e os pobres e os muito pobres. A tão almejada igualdade foi apenas um slogan.
A única diferença, é que pelo menos agora temos a liberdade de escolher quem nos desgoverna e neles legitimar a incompetência que fazem por ser bem remunerada e reformada. É certo que já não nos prendem por abrir a boca de queixume, de participar numa greve, escrever palavras de ordem nos muros ou sujar a rua com panfletos, como aliás não nos prendem por coisa alguma, seja por roubar, matar e esfolar. Uma larga liberdade, a conquistada em Abril.
Bem vistas as coisas, foram precisos 40 anos para perceber-mos que no essencial pouco mudou. Pelo menos fomos competentes a destrilogiar: Deus já não é guia para ninguém embora Fátima continue a abarrotar de gente descrente em deus e nos homens; a pátria, essa, coitada, perdeu-se no emaranhado puzzle europeu e a família já foi chão que deu uvas e damos conta disso quando todos dias (40 anos após a liberdade) continuam a morrer mulheres espancadas, os filhos abusados pelos pais, o nosso amigo chega acompanhado por outro amigo e afinal dizem que são um casal, como se já não bastasse a filha da vizinha do lado esquerdo, de 16 anos, ir já no 2 aborto (pago pelos contribuintes) e o vizinho do lado direito ir já no 3º divórcio e o vizinho da frente ter 3 filhos de outras tantas mulheres com quem nunca casou.
Se calhar o problema é mesmo dos meus vizinhos e não há maneira de alcançar a liberdade de me ver livre deles. Mas, como até sou um lírico, ainda continuo a sonhar pelo meu 25 de Abril e a desejar essa liberdade, cheire ela a cravos, a rosas ou a cebola-da-póvoa.
Bahhh..estou a brincar! Vivemos no melhor país do mundo, onde todos seremos felizes para sempre, até mesmo com vizinhos como os meus. Como alguém diria, o problema de Portugal é apenas o ter portugueses.
@ Santa Nostalgia:
Apesar da ironia, não podia concordar mais...
Enviar um comentário