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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Rafael Bordalo Pinheiro


Os objectos espelham a genialidade artística de Bordalo Pinheiro, o fundador da Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha, em 1884. Depois, o seu grau de exigência. Bordalo rodeou-se dos melhores oleiros, insistiu no apuramento das técnicas e dos materiais, trabalhou cada molde até não lhe encontrar defeito.

Nos seus trabalhos, Bordalo fez questão de não ceder à influência estrangeira. Batalhou para dar um cunho português à sua fábrica e dar forma só ao que era mais genuinamente nacional. Aproveitou as tradições locais no conteúdo e na forma, recorrendo ao saber da olaria das Caldas da Rainha para criar peças diferentes, que traduziam o que via, como galinhas, rãs, peças de fruta ou cestos de vime.
Não só. Outra vertente lhe havia de trazer fama até à atualidade: a cerâmica humorística, onde se enquadra o eterno Zé Povinho e a sua mulher, Maria Paciência, mas também toda uma galeria de figuras populares, misto de uma visão etnográfica e caricatural, que não poupou nenhuma classe ou meio social.

A conhecida loiça da folha de couve saltou da cozinha da avó para as casas mais "trendy" e até para uma exposição em Nova Iorque. Bordalo Pinheiro voltou a estar na moda

in: Revista Única do Expresso de 20 de Novembro de 2010


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terça-feira, 18 de maio de 2010

Loiça de Sacavém - Nostalgia XI



Todos nós, temos ou tivemos, uma avó ou uma tia, que ainda usa no seu dia-a-dia pratos da fábrica de loiça de Sacavém. Outros têm ou conhecem alguém que tem os ditos pratos pendurados na sua sala de jantar. A loiça de Sacavém, agora são peças de colecção, mas fizeram parte do dia-a-dia dos portugueses.

A fábrica situava-se na Quinta do Aranha em Sacavém, junto da da actual linha de caminho-de-ferro da Azambuja. Tendo sido instituída em 1850 ( como indica o painel de azulejos colocados à entrada da fábrica, e que foi visível até meados da década de 1990), por Manuel Joaquim Afonso; contudo esta data não se apresenta como consensual, pois a fabrica apenas começou a laborar em 1856.

Nos anos em que esteve à frente da fábrica, Manuel Joaquim Afonso teve que fazer face a diversos problemas financeiros, pelo que entre 1861 e 1863 a fábrica acabou por ser vendida a um inglês, John Stott Howorth, que introduziu novas técnicas de produção oriundas do Reino Unido. Em poucos anos, a Fábrica da Loiça tornava-se numa das mais importantes em Portugal no ramo da produção cerâmica.

A Fábrica de Loiça tornou-se numa das principais unidades fabris da cintura industrial da zona oriental de Lisboa (compreendida entre o Beato e Vila Franca de Xira), e o seu sucesso foi tal que conduziu ao aumento vertiginoso da população de Sacavém.

A Fábrica de Loiça de Sacavém foi pioneira em certas medidas que denotam a existência de preocupações sociais da parte do patronato: a criação de uma escola dentro da fábrica, a existência de um caixa de socorros mútuos para os seus trabalhadores, o direito a férias remuneradas, e a instituição de campos de férias para os filhos dos trabalhadores da fábrica.

Nas primeiras décadas do século XX, o pintor Jorge Colaço executou na fábrica os azulejos para diversas das suas mais significativas obras: a Estação de São Bento, no Porto (1903), o Palace-Hotel do Buçaco, no Luso (1907), o Pavilhão dos Desportos, em Lisboa (1922), ou a Casa do Alentejo, também na capital.

Em 1921, com a morte de James Gilman, sucede-lhe à frente da fábrica o seu filho Raul Gilman, tendo como sócio um outro inglês, Herbert Gilbert.

Os anos passaram e em 1962 ascendia à administração o filho de Herbert Gilbert, Leland Gilbert, e em 1970, entrava-se na última fase de vida da fábrica, com o derradeiro dono, Clive Gilbert.

Após o 25 de Abril de 1974, a Fábrica de Loiça entra num conturbado período, tanto a nível laboral, como financeiro, acabando a fábrica por encerrar em 1983.

Tendo sido declarada a sua falência a 23 de Março de 1994, pelo Tribunal Cível da Comarca de Lisboa, fechando definitivamente as portas a 7 de Abril. A isto seguiu-se a venda dos seus bens em hasta pública.

No local onde antes se erguera a Fábrica, nasceu uma nova urbanização (o Real Forte), tendo no entanto um pequeno espaço, situado em torno do forno n.º 18, sido destinado à preservação do espólio remanescente da antiga fábrica. Aí se instituiu o Museu de Cerâmica de Sacavém.


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sábado, 3 de abril de 2010

125 anos das faianças Bordalo Pinheiro



A louça das Caldas é quase tão conhecida como o Galo de Barcelos, ou o padre malandreco de Alcobaça, que mostra as vergonhas ao puxar um cordel. Tendo a louça das Caldas o seu expoente máximo, na obra de Bordalo Pinheiro...

Várias peças produzidas nas Faianças Bordalo Pinheiro de Caldas da Rainha, a partir dos moldes originais de Rafael Bordalo Pinheiro, estão expostas no centro comercial da cidade para assinalar os 125 anos da fábrica.

Nesta exposição, patente ao público no rés do chão do centro comercial Vivaci Caldas, podem ser vistas peças como o caranguejo gigante, o cavalo marinho, o Zé Povinho, o gato assanhado ou o jarrão das magnólias com troncos naturalistas, produzidas a partir dos moldes originais do artista Rafael Bordalo Pinheiro.

Uma mostra de travessas e pratos com ramagens, típicos da produção das Faianças Artísticas Bordalo Pinheiro, está também representada nesta exposição.

A exposição pode ser visitada até 21 de Abril.