sábado, 12 de novembro de 2011

Projecto da Santa Casa reabilita profissão de engraxador


Longe vai o tempo em que puxar o lustro ao sapato era habitual nas ruas lisboetas. Os típicos engraxadores, que ilustram a memória de quem conhece há muito a capital, são cada vez menos. Mas há quem queira revisitar a tradição, entre formar novos engraxadores e dignificar o ofício, o projecto “Tradição – Engraxadores” pretende recuperar a riqueza de um legado nacional.

Paulo Parreira tem 20 anos e está desempregado há dois. Soube do projecto pela Associação CAIS, parceira da iniciativa, e foi aprender a engraxar. Ele e mais nove homens, antes desempregados, estão agora em postos espalhados por várias zonas de Lisboa. São estes os contornos do projecto, lançado pela Santa Casa de Misericórdia de Lisboa (SCML), também em parceria com o IADE – Creative University e o ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa. E a escolha de reabilitação desta profissão não é por acaso. Ao seu estatuto icónico junta-se, diz Henrique Pinto, director executivo da CAIS, a capacidade que tem de “oferecer aos seus trabalhadores uma razoável sustentabilidade”. Não garante apenas o “sobreviver”, reforça, mas também o “viver”. Uma visão partilhada por António Charana, director do Departamento de Empreendedorismo e Economia Social da SCML, que realçou a necessidade de dar “mais valor” aos engraxadores.

A somar à certificação profissional, ao manual de conduta e à atribuição de um local estratégico para montar o negócio, quem participa no projecto recebe uma caixa de engraxador com um design inovador desenvolvido pelos alunos do IADE. O modelo, distribuído pelos 14 mestres e aprendizes abrangidos por esta iniciativa, segue o espírito de revivalismo histórico de inícios e meados do século XX.

2 comentários:

mfc disse...

Tudo é importante para minorar o estado depressivo em que nos encontramos!

Anónimo disse...

Bem precisamos quem nos dê um pouco de lustro... dos sapatos à cara ;):)

Grande abraço.

Tudo de bom.